Carnaval para esquisitos



















Essa semana minha amiga-irmã, Juliana Matthes, disparou "Eu sempre fui esquisita mesmo", enquanto falávamos sobre curtir o som da cantora country - tida como cafona - Shania Twain. O papo saiu depois de eu dizer que curto ter essas músicas no estilo "Conheço-Gosto-E-Não-Nego" sempre próximo do meu toca CD - sim, essa é outra coisa que não abro mão: meus CDs em vez de os arquivos digitais - para me aliviar daquilo que todo o mundo está ouvindo. ("Hello from the other side" para a Adele, mas bem do "other side" mesmo - porque estou precisando dessa distância desse som).

Enquanto escrevo, a mesma amiga-irmã está em casa, no conforto de seu sofá, na companhia de sua mãe, fazendo uma maratona de clássicos da Disney - seu namorado provavelmente está no rancho da família também curtindo o que lhe faz bem. Aos casais bem resolvidos assim, meu respeito e minha admiração.

"A Bela Adormecida", "Pinóquio", "A Pequena Sereia", "A Bela e a Fera", "O Rei Leão" e "Peter Pan" vieram na foto que a Ju me mandou por WhatsApp hoje de manhã. E, pasmem: todos em DVD, alugados em uma locadora próxima de sua casa - uma das poucas que sobrou na cidade. Ela sempre foi esquisita mesmo. E que continue sendo. Posso ouvir um "amém"? Afinal, é Carnaval.

Enquanto ela faz sua folia, para mim o Carnaval veio com um sinal. Ainda na sexta-feira senti uma preguiça que me impedia de continuar o dia depois do fim do expediente de trabalho às seis da tarde. Às sete e meia da noite, me entreguei à minha cama. Só acordei às dez e meia da manhã do sábado de folia. Pausa apenas para atender a ligação do meu namorado, à meia-noite e meia, que queria saber se poderia providenciar o meu velório. Morri pelo sumiço do sono. Matei o Carnaval deste ano.

No sábado acordei com dor no corpo - o que eu até pensei que poderia ser de tanto ficar deitado (ou dengue - afinal todo o mundo está com dengue ou um de seus derivados). Logo me resolvi com redondinhos e branquinhos comprimidos de Dipirona. Meu próprio corpo rejeitou a tal folia. O Carnaval me mandou o sinal. Sou tão esquisito quanto à Ju. 

É domingo do tal feriado sensacional e estou novo de novo. Pronto para (a minha) folia! Enquanto colegas do trabalho viajaram com turmas aos montes para dividirem o sono em cômodos de casas alugadas nas praias paulistas, eu viajo na minha companhia e de alguns poucos, bem poucos. Almoço em família, noites com meu namorado, um café com meu melhor amigo - que fugiu da farra da capital.

Sou daqueles que se sentem em casa quando em meio à menos gente. Sou o do CD, do DVD alugado, da cantora cafona, lembra? Minha folia é não ser atingido pela "Metralhadora", é quebrar o bloco, andar com meu carro pela cidade em ruas livres do movimento usual. Bebidas erguidas? Saúde, é Carnaval!







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