Se
fim de relacionamento é difícil para os dois, a coisa aperta um
pouco mais para quem fica onde já foi – mais que a casa – o plano para uma vida
inteira a dois.
Mais
que em qualquer religião, eu acredito na Lei do Retorno e no quanto ela vem no
momento exato para que a gente aprenda o que é preciso. Em meu R1 – vamos
chamar assim o meu primeiro relacionamento com um cara, não que o nome dele
comece com R, de jeito nenhum – moramos juntos em seu apartamento. Eu saí. Ele
ficou. Só imagino o que rolou por lá depois disso. Ainda mais agora que vivo essa experiência com o
fim do meu R2 – vamos chamar assim o meu segundo relacionamento com um cara,
não que o nome dele comece com R, nada a ver.
Há
alguns meses solteiro, o término desta vez veio depois de quatro anos de namoro
com algumas idas e vindas e então quase doze meses morando juntos e – eu mal
consigo escrever esse título – noivos.
Definindo
noivos – Sim, pacote completo. Aliança dourada no dedo depois de um pedido de
casamento durante uma viagem com direito a ajoelhar-se durante o jantar e a dizer o meu nome
completo seguido pela pergunta “Você quer casar comigo?”, que eu respondi com um
sincero “Claro que sim!”.
O
casamento seria no primeiro semestre do próximo ano. Não vai acontecer. Ele se foi. Eu
fiquei. Lei do Retorno, lembra? R1 seguiu sozinho naquele apartamento anos atrás. Então
chegou a minha vez no apartamento atual.
Durmo
sem ele. Acordo sem ele. Chego em casa e cadê ele? Gavetas e armário vazios
durante semanas. Buracos na decoração da sala montada a gosto dos dois, agora
capenga com a parte de apenas um.
Aos
poucos, percebemos o que se foi e o que ficou. No sentimento e nas
caixas. A necessidade da divisão de bens e o carinho em deixar coisas que ele fez
questão de me presentear. Tristeza e afeto nos mesmos cômodos que abraçaram o
companheirismo formado somente pelo amor. Cômodos com chão que agora pisam somente dois pés.
A
uma cama de dois, o lugar mais aconchegante do relacionamento ao final do dia –
fosse em tempos de risadas ou de implicâncias – passava a ser desconfortável. Por
maior que fosse o meu cansaço, não apagava facilmente, não acordava plenamente.
Como
em todas as horas da vida, nada melhor que o cuidado de quem realmente nos
conhece. Não falo daqueles que aconselham o padrão, que soltam frases prontas
ou que só falam de como foi quando aconteceu com eles mesmos, mas dos que pegam
para fuçar naquilo que você não tem coragem nem de comentar.
Minha
mãe e minha irmã distribuíram as minhas roupas para ocupar todo o armário e repaginaram os objetos sobre o móvel da sala. Meus
amigos ocuparam minha cabeça com cervejas e risadas. E boa comida. Muita. Todos
acalmaram o meu coração, dando exemplos de como, cedo ou tarde, o descompasso
daquele relacionamento viria.
A
cantora Ariana Grande – antes de se vender ao pop das pistas – gravou a
deliciosa “Right There” no início de sua carreira. Na música ela diz que “Você deveria saber que eu
nunca vou mudar. Eu sempre vou ficar. Você me chama, eu vou estar estou bem ali...
E se se você nunca mudar, eu vou estar bem ali”. A minha favorita da
menina magrela de rabo de cavalo e vozeirão virou a minha nova mentira
reconhecida. Quem nunca vai mudar?
Para
mim, os dois grandes lances de todo relacionamento duradouro são: sempre ter
novos planos juntos e saberem mudar em sintonia.
Mudaremos
sempre. Quem não muda, desinteressa. Pelo menos a mim. E quando somente um
muda, pode ser que o outro não se encaixe. Nem precisa. Tudo deve ser natural, sincero, parte da essência de cada um. Mas se não rolar, o descompasso virá.
Se
os dois mudarem, a afinidade pode ser extrema ou o próprio desastre instalado.
Depende da mudança e, principalmente, do ritmo dos passos dos dois.
Da
melodia de Ariana Grande para a acidez de Arnaldo Jabor, o escritor diz que “Os
casamentos convencionais só se sustentam por causa da religião ou da
infidelidade”. E eu só concordo. Tenho duas formações, em R1 e R2, além de dezenas de confissões de amigos e amigas casados. Triste para os românticos. Um conforto para os
sinceros consigo mesmos.
Poderia
ter passado a vida toda com o R1. Ou ainda estar a caminho do cartório com o
R2. Bastava relevar. Entristecer enquanto dobraria a quantidade de fotos no estilo Felizes para Sempre em todas as redes sociais. Ou procurar me preencher com o compromisso assumido com
Deus. Ou o descompromisso de ficar com outras pessoas enquanto continuaria
dizendo ser fiel àquela mesma.
No
lugar disso, estou bem aqui. Com os espaços a dois ocupados com a nova vida
deste um. A cama ganhou nova roupa e mais travesseiros para voltar a ser
aconchegante. Agora de uma nova forma.
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Comentários
Mas como todos sempre diz tudo passa. E para tudo isso passar temos três armas poderosas.
1ª O tempo sim temos que amar o tempo ele é perfeito quando o amamos os dias passam e rápidos e tudo aquele tempo que gastamos com a pessoa se transcende em aprendizado para no futuro próximo sabermos ainda mais viver um intenso amor.
2ª Estrutura familiar com ela temos o apoia o colo os bons conselhos e o conforto de amor em família.
3ª Estrutura mental essa é essencial sem ela não somos nada, pois quem tem consegui superar qualquer coisa na vida.
Um forte abraço!!!
Att: Cris. :)